terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Eu e as agulhas!

É preciso ter consciência dos limites do nosso corpo e atuar quando achamos que os atingimos. Durante todo o meu percurso de tratamento oncológico, o meu corpinho lindo foi-se aguentando como podia, uns dias melhor, outros pior, mas sempre (ou quase sempre) a rumar no mesmo sentido que a mente.

Não faço quimio desde junho de 2014, a radioterapia desde agosto do mesmo ano e em março de 2015 terminei a imunoterapia. Neste momento encontro-me "apenas" em hormonoterapia, as lindas injeções na barriga e os comprimidos anti-hormonais. São lindos, controlam o meu organismo para que certas células parvas não se consigam alimentar, mas, ao mesmo tempo, provocam-me umas certas dores nas articulações e nos ossos em geral, aliados a um certo desconforto no braço direito provocado pela remoção dos gânglios da axila. Claro está que raramente me queixo e não deixo transparecer com facilidade esses momentos menos bons.  Há quem os perceba, claro.

Não quero medicação para estes efeitos, prefiro apostar nas tais mudanças tangíveis e em caminhos alternativos. Ontem fui à minha primeira sessão de acupuntura, muito bem recomendada por uma menina designer. Habituada a uma abordagem mais ocidental, foi surpreendente ver que o caminho pode ser diferente, mas o objetivo é o de ajudar o organismo a recompor-se, a limpar o terreno e a caminhar para uma vida mais saudável.

Hoje passei o dia tranquila, sem sentir incómodo no braço,  confiante que na próxima segunda repetirei a sessão. Eu e a minha mãe, para objetivos diferentes, mas num caminho de descoberta da medicina chinesa. Para quem conhece a minha mãe, imaginem-na com agulhas espetadas na cabeça e a barafustar com o Dr. Pedro que eu não como carne, nem laticínios, nem nada que "faz bem".

Não pude reclamar muito, porque pouco tempo depois tinha uma agulha espetada no nariz...mas enfim, tendo em conta a injeção que levo todos os meses na barriga, estas agulhas da acupuntura são minúsculas e realmente não senti dor alguma.


Vou confiar que vai resultar, que me vai atenuar os efeitos da medicação e me vai melhorar o sistema imunitário, porque se não acreditarmos no tratamento, independentemente de qual a sua origem ou orientação, aí de certo não funcionará. Um espírito positivo vale por dois :)

Beijinho a quem me acompanha.

Vera